O QUE FAZEMOS EM VIDA ECOA PELA ETERNIDADE –
Máximus Décimus em o “ Gladiador”
Local: Estádio Afonso Henriques, em Guimarães.
Data: 25 de Janeiro de 2004
Decorria o jogo que colocava o Sport Lisboa Benfica contra o Vitória Sport Clube, de forma errónea conhecido por Vitória de Guimarães, quando ao minuto 59 Miklos Féher rendeu João Pereira, numa aposta clara do Benfica para vencer o jogo num campo pesado, em que os minutos iam passando, os nervos cresciam à flor da pele e o golo não surgia.
O jovem avançado de cabelo loiro, nacionalidade húngara, descoberto pelos nossos rivais azuis e brancos, influente e explosivo no Sporting Clube de Braga, carregava em si a esperança de singrar no SLB e afirmar-se como um jogador de topo.
Quando entrou na fatídica última partida, continha no seu sorriso a inocência e a beleza de jogar de futebol, e envergando o manto sagrado cumpriu o desígnio do símbolo que ostentava: voar para mais uma vitória, de asas bem abertas e demonstrando todo o esplendor e a grandiosidade do que é ser BENFICA!
E ao minuto 90 desse jogo deste a alegria desejada aos adeptos e sócios Benfiquistas, uma assistência que culminou com um golo do Robocop do Benfica, Fernando Aguiar. A vitória estava consumada, os três pontos garantidos, e a luta por um campeonato continuava. A irritação, a preocupação, a desilusão deu lugar à alegria e ao sentimento de mais um jogo cumprido, mesmo que a vitória fosse arrancada a ferros!
E ficamos agarrados à televisão a assistir ao término da partida, desejando levar a água necessária ao nosso moinho. Mas ninguém estava preparado para o que a seguir aconteceu Miki! Após um lance que considerei caricato, o árbitro decidiu puxar do cartão amarelo dedicado a ti, pela intromissão indesejada por tua parte numa reposição de bola por parte de um jogador adversário. A tua surpresa pelo cartão foi notória, mas perante esse acto um sorriso, de forma elevada, alegre lançaste ao árbitro. E a câmara captou esse momento inesquecível. Mas passado o momento, retomas a atenção e a concentração no jogo, as costas à câmara devolves, mas algo se passa… e esses segundos transformam-se num pesadelo interminável conforme vemos pelas imagens brutais, cruéis demais!
Lembro-me da tua queda de costas, o corpo prostrado no relvado, a corrida de diversos jogadores até ti para a prestação de socorro, a entrada apressada dos médicos de ambos os clubes, diversos jogadores do Benfica e do Vitória a chorarem convulsivamente, o estádio a cantar teu nome enquanto a tragédia acontecia. E às 23:10 horas de 25 de Janeiro de 2004 a confirmação da tua partida, infelizmente.
Hoje assinalamos os 10 anos da tua partida Miki. E a prova de que em Portugal gostam de ti meu caro guerreiro encarnado, pois a cada ano que passa, todos se recordam desse teu último sorriso, todos se recordam da tua pessoa, da tua marca no Benfica!
Os anos passam, mas o teu nome Miklós, que de forma carinhosa apelidamos de Miki, ecoará para toda a eternidade!
Descansa em Paz Miki, e espero que tu conjuntamente com o nosso S. Eusébio, guiem o Benfica rumo ao tão desejado título!
VIVA AO BENFICA!